Sexta-Feira







É sexta-feira.
Meu quarto é iluminado apenas por duas velas de luz fraca.
E o dia... Ah, o dia está frio!
Não digo frio apenas no sentido climático, mas, também, 
Na essência sentimental da palavra.

É sexta-feira.
Meu quarto é iluminado apenas por duas velas de luz fraca que ficam próximas ao espelho.
E eu, estou defronte a ele, com um livro nas mãos.
Aquele livro que procuramos palavras quando estamos com dúvidas, você deve saber qual é!
Procuro palavras para descrever esse vazio que sinto no peito, mas aqui neste livro, as palavras são vazias também.

Meu quarto está escuro, apaguei aquelas velas.
Procuro por algo que complete esta minha falta de lucidez.
O álcool já não é um atrativo, só me deixaria pior.
Contorço-me com minha imaginação não tão fértil. 
Afinal, são lembranças que se misturam ao desejo ardente de ter você por perto.

É sexta-feira, eu acho.
Fiquei tanto tempo trancado dentro de mim
Que minha percepção de tempo-espaço não existe.

Lá fora, pessoas disputam quem é a mais ignorante.
Nem todas, claro!
E a minha vontade de sair deste estado pensante é escassa. 

É sexta-feira.
E se não for, faço ser! 
Afinal, o dia é meu, a vida é minha...
Nomeio-o como bem entender.

- Pablo Gualberto -

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